Vez em quando chorava sem saber porquê. Iria gostar de poder mandar tudo à merda (sem querer falar bonito, por que aquilo com certeza não foi bonito), dirigir um carro velho, ouvir músicas esquecidas e deixar os cabelos, imaginou, quase serem arrancados fora por através da velocidade. O problema era que o problema era que seria pra sempre, e sabia que "pra sempre" não é muito... solúvel? Ninguém gosta do "pra sempre". Sentiu os olhos salgando. Quando sentia os olhos salgando, já sa-saracoteava em direção à cozinha, tomar um cafezinho. Inho. Doce e fraco, ele era como ela. Doce e fraco, como se não tivesse potencial. Doce e fraco. Pois é, os dedos tremiam e praticamente escorregavam meio ao suor frio que escorria entre os dedos, unhas roídas, quebradas, como ela também (doce, fraca, roída, quebrada. Não imaginava que isso pudesse a descrever quando estivesse crescida).
A bailarina e o astronauta
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
"Me ame, me ame"
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Melífluas
Olá? Eu me chamo Gabriella Leister, clique aqui pra acessar meu Blog oficial.
Naquela noite tudo parecia estar tranquilo. Tranquilo entre aspas, as coisas estavam no negativo há tanto tempo que ela até se esqueceu de contar. Portanto, tudo parecia harmonioso e sereno. De uma doçura tão contagiante que ela pôde imaginar tudo se endireitando em futuro próximo. E em um instante ela se viu pregando suas pálpebras umas nas outras para prender as lágrimas. Mas aquelas lágrimas vieram tão sem aviso que nem deu tempo de esconder o rosto e sentir vergonha. E para que se preocupar? Estava sozinha, mesmo. Se precipitava demais, irracionalmente. Aquelas lágrimas não significavam exaustão psicológica ou insanidade. Eram melífluas. Diziam: "vai ficar tudo bem, vai mesmo". E ela pôde acreditar que realmente ia. Realmente ia. Os prazeres não eram mais parte de sonhos distantes.
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